Hoje seis partidos guineenses reunidos no "espaço de concertação democrática" pediram às Nações Unidas a criação de uma comissão internacional de inquérito sobre o exercício dos governos que conduziram os destinos do país desde 2014.
Entre os partidos que integram o grupo, figura o PAIGC, cujo líder Domingos Simões Pereira referiu ontem em conferência de imprensa ter entregado ele-próprio a petição neste intuito ao secretário-geral das Nações Unidas, no passado dia 6 de Fevereiro.
Na óptica do antigo primeiro-ministro, a formação desta comissão internacional de inquérito poderia contribuir a esclarecer "o ruído que se faz a volta da corrupção" e apurar responsabilidades no contexto guineense, Domingos Simões Pereira afirmando ter pedido à ONU para analisar a actividade de todos os governos desde 2014, incluindo aquele que chefiou, bem como a sua conta bancária e dados relativos aos seus familiares.
O Presidente José Mário Vaz que designou a luta contra a corrupção como uma das suas prioridades, tem reiterado este imperativo durante os encontros que tem mantido com a população do interior do país no quadro da presidência aberta que encetou no final da semana passada. No âmbito destas deslocações, o Presidente guineense tem referido publicamente que em 2015 demitiu o governo chefiado por Domingos Simões Pereira devido à suspeita de corrupção.
A estas declarações, ainda ontem em conferência de imprensa, o líder do PAIGC respondeu que "a presidência aberta é normalmente uma oportunidade para o Presidente auscultar a Nação, não é uma instância de afronta a outros actores políticos".
Expressando-se sobre a ameaça proferida na semana passada pela CEDEAO de que poderia já a partir de Abril retirar as tropas da ECOMIB da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, afirmou que se trata de um aviso sério ao Presidente José Mário Vaz, um "cartão amarelo" ao líder guineense.
Também crítico em relação às recentes declarações do Primeiro-Ministro Umaro Cissoko que acusou o mediador da CEDEAO para a Guiné-Bissau e presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, de ser "anti fula", referiu que aquelas declarações não traduzem o sentimento geral da população guineense. RFI
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