O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje ao parlamento do país para que retome as sessões regulares, por forma a viabilizar o novo governo liderado por Umaro Sissoco.
"Lanço um apelo à Assembleia Nacional Popular (ANP) para que, em nome dos superiores interesses da nação, retome as sessões regulares", referiu o chefe de Estado no único discurso da cerimónia em que tomou posse o novo governo.
Uma cerimónia em que o presidente da ANP, Cipriano Cassamá, não participou, nem se fez representar.
A comissão permanente da assembleia decidiu a 25 de novembro não reiniciar as sessões enquanto estivesse por cumprir o acordo de Conacri, considerando que durante as negociações entre dirigentes políticos guineenses, realizadas em outubro, Umaro Sissoco não reuniu consenso para liderar o novo governo.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições de 2014, tem nove dos 15 membros da comissão permanente da ANP e diz estar a ser afastado do poder por um governo de iniciativa presidencial que contraria a Constituição.
A leitura de José Mário Vaz é diferente e o Presidente da República classificou hoje o novo governo como "inclusivo" considerando estar a ser cumprido o acordo de Conacri.
Da equipa fazem parte figuras do PAIGC que, tal como o próprio José Mário Vaz, não alinham com a direção do partido: são os casos de casos Malal Sané, ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Botche Candé, ministro do Interior, e de Aristides Ocante da Silva, ministro dos antigos Combatentes.
De resto, o governo de Umaro Sissoco Embaló conta, no essencial, com o grosso dos elementos do executivo de Baciro Djá, demitido a 15 de novembro, com figuras do Partido da Renovação Social (PRS, segundo maior partido) e às quais José Mário Vaz já tinha dado posse em junho refletindo uma nova maioria no parlamento, formada pelo PRS e deputados dissidentes do PAIGC.
"Basta de crises resultantes de agendas políticas pessoais e partidárias. São tais agendas alinhadas com interesses externos que não deixam o país avançar", referiu hoje o chefe de Estado.
A terminar, José Mário Vaz exprimiu total confiança na nova equipa.
"Estou feliz porque hoje vou dormir descansadíssimo, porque eu sei que a terra está entregue em boas mãos, está entregue aos seus melhores filhos", concluiu.
LUSA
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