quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O salário pago com dívidas... Um facto consumado.

Não se pode continuar a pagar os salários com o endividamento do país. O governo deve assumir a sua responsabilidade, governar com seriedade e rigor. Um governo é constituído não para executar um plano mundialmente defeituoso (Programa de Ajustamento Estrutural de Bretton Woods), esse programa é um mal em si, nunca deu resultados satisfatórios, é imposto ano após ano, décadas após décadas, a dívida aumenta, a pobreza não recua, pelo contrário persiste e continua a fazer danos irreparáveis.
O Programa apresentado na Mesa Redonda de Bruxelas é a demonstração da vontade dessas instituições em continuar a promover o crescimento da pobreza ao invés do desenvolvimento. As reformas propostas não poderão contribuir para a criação da riqueza que possa ajudar a erradicar a miséria.
Primeiro: Reformar as forças armadas, não contribui em nada a criação da riqueza, as forças armadas é um elemento essencial da nossa sociedade, mas não é primordial para a nossa sociedade, o nosso país dispõe de riqueza natural enorme, mas não dispomos de recursos humanos habilitados para explorar esses recursos. Porque é que as instituições de Bretton Woods, deixaram de financiar a formação, reformar o sector chave do desenvolvimento que é a educação e a saúde? Sim, reformar os dois sectores num país como a Guiné-Bissau que dispõe de uma imensa riqueza natural seria um investimento directo para a criação da riqueza com impacto directo sobre toda a sociedade guineense que permitiria aos guineenses viverem na paz e harmonia. Assim, o país deixaria de viver na dívida e sem as imposições dessas instituições.  
Segundo: Um país hipotecado como o nosso, com uma dívida monstruosa; um país que se empobrece cada vez mais, porque quando a divida é tão alta a sua conjuntura macroeconómica depende inteiramente das taxas de juros do mercado mundial, todo o benefício obtido é posto ao serviço de dívidas. Esta situação prejudica consideravelmente os sectores da educação e da saúde, porque todo o benéfico que um país obtém deve ser disponibilizado como um bem público não ao serviço do enriquecimento dos credores. 
A questão pertinente que se coloca é: onde que está a verdade do último relatório do FMI que aponta o crescimento de 4,8%num país que está bloqueado há mais de 24 meses? Onde está o erro?
Terceiro: Ser pobre não é uma fatalidade, mas ser governado por intelectuais obcecados pelo poder que colocam os interesses superiores da Nação ao lado, é uma praga. 
Um governante que se respeita não deve esperar construir ou reabilitar as instituições com o fruto do trabalho de outros povos. Pois, a pseudo “ajuda ao desenvolvimento” é o imposto pago por outros povos. 
A agência Francesa para o Desenvolvimento é um banco que faz empréstimos em nome do estado francês. É a mesma coisa que a Cooperação Portuguesa. É por isso que a nossa classe política deve ter a coragem de dizer a verdade ao povo, porque num estado em que os dirigentes têm uma autoestima digna desse nome cada elemento deve contribuir para o seu funcionamento. Um estado funciona com impostos e taxas, não com a dívida; por isso é que defendemos que A DÍVIDA HIPOTECA O NOSSO FUTURO…   
Adulai INDJAI 
GAZETA DE NOTICIA

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