Não se
pode continuar a pagar os salários com o endividamento do país. O governo deve
assumir a sua responsabilidade, governar com seriedade e rigor. Um governo é
constituído não para executar um plano mundialmente defeituoso (Programa de
Ajustamento Estrutural de Bretton Woods), esse programa é um mal em si, nunca
deu resultados satisfatórios, é imposto ano após ano, décadas após décadas, a
dívida aumenta, a pobreza não recua, pelo contrário persiste e continua a fazer
danos irreparáveis.
O Programa apresentado na Mesa Redonda de
Bruxelas é a demonstração da vontade dessas instituições em continuar a
promover o crescimento da pobreza ao invés do desenvolvimento. As reformas
propostas não poderão contribuir para a criação da riqueza que possa ajudar a
erradicar a miséria.
Primeiro: Reformar as forças armadas, não contribui
em nada a criação da riqueza, as forças armadas é um elemento essencial da
nossa sociedade, mas não é primordial para a nossa sociedade, o nosso país
dispõe de riqueza natural enorme, mas não dispomos de recursos humanos
habilitados para explorar esses recursos. Porque é que as instituições de
Bretton Woods, deixaram de financiar a formação, reformar o sector chave do
desenvolvimento que é a educação e a saúde? Sim, reformar os dois sectores num
país como a Guiné-Bissau que dispõe de uma imensa riqueza natural seria um
investimento directo para a criação da riqueza com impacto directo sobre toda a
sociedade guineense que permitiria aos guineenses viverem na paz e harmonia.
Assim, o país deixaria de viver na dívida e sem as imposições dessas
instituições.
Segundo: Um país hipotecado como o nosso, com uma
dívida monstruosa; um país que se empobrece cada vez mais, porque quando a
divida é tão alta a sua conjuntura macroeconómica depende inteiramente das
taxas de juros do mercado mundial, todo o benefício obtido é posto ao serviço
de dívidas. Esta situação prejudica consideravelmente os sectores da educação e
da saúde, porque todo o benéfico que um país obtém deve ser disponibilizado
como um bem público não ao serviço do enriquecimento dos credores.
A questão pertinente que se coloca é: onde que
está a verdade do último relatório do FMI que aponta o crescimento de 4,8%num
país que está bloqueado há mais de 24 meses? Onde está o erro?
Terceiro: Ser pobre não é uma fatalidade, mas ser
governado por intelectuais obcecados pelo poder que colocam os interesses
superiores da Nação ao lado, é uma praga.
Um governante que se respeita não deve esperar
construir ou reabilitar as instituições com o fruto do trabalho de outros
povos. Pois, a pseudo “ajuda ao desenvolvimento” é o imposto pago por outros
povos.
A agência Francesa para o Desenvolvimento é um
banco que faz empréstimos em nome do estado francês. É a mesma coisa que a
Cooperação Portuguesa. É por isso que a nossa classe política deve ter a
coragem de dizer a verdade ao povo, porque num estado em que os dirigentes têm
uma autoestima digna desse nome cada elemento deve contribuir para o seu
funcionamento. Um estado funciona com impostos e taxas, não com a dívida; por
isso é que defendemos que A DÍVIDA HIPOTECA O NOSSO FUTURO…
Adulai INDJAI
GAZETA DE NOTICIA
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