Discurso de Domingos Simões Pereira na Academia Internacional da Cultura Portuguesa
Senhor Presidente da Academia
Senhoras e Senhores acadêmicos,
Digníssimas autoridades,
Queridos familiares, amigos,
Senhoras e senhores,
Eminências Distintas,
Saberão desculpar a ousadia por me apresentar perante Vós e pretender aceitar o convite para integrar tão distinta casa do saber e de incubação do pensamento e da cultura. Terão de admitir que dentre Vós alguém me precedeu nessa deriva, ao evocar meu nome e Vos persuadir que eu seria boa companhia.
E aqui estou, depois de uma viagem que seria curta, não estivesse eu chegando de um dos muitos nenhures daquela África que teima em ser distante. De lá onde a terra e as dádivas de Deus permanecem as únicas virtudes autênticas. De lá onde o contraste, entre o que nos foi dado, virgem, natural, belo e o que vamos prometendo dar, desgastado e poluído, pode significar toda a tentativa de existir mesmo que de forma parda, inóqua e mesmo fútil.
Academia Internacional da Cultura Portuguesa ! Mas Cultura Portuguesa é em parte aquilo que pretendi deixar de ter. Posso tentar me apresentar a ver se me ajudam. Nome de facto tenho Português mas foi-me ensinado de seguida que não devia ter orgulho nisso. Aliás ainda me permito preservá-lo só porque não descobri como fazer o retorno a uma autenticidade que nunca tive.
Perdi-me nesse questionamento para descobrir que por vezes não se encontrar pode ser a forma de ser e existir. Pertenço pois a uma geração a quem se prometeu que, para além do nome iria finalmente ter uma herança, uma pertença. E, assim consolados, aguardamos que os ventos do Norte fossem empurados pelos do Leste e lá, no Leste, trocar o que tivessemos de inteligência por algum conhecimento.
Foram levas de lista imensa, presumo que para aprendermos a revolução ; mas quando descobriram que estavamos ficando aptos para combater essa mesma revolução os próprios o destruiram para anunciar que havia de se começar tudo de novo. Caiu o murro e então foi-nos permitido ter novas crenças, novas trocas, novas aprendizagens, novas descobertas e, no quase final, perceber que nenhum caminho é definitivo.
Nenhuma fórmula garante o sucessso da empreitada assumida. Então pois aí está. Enquanto não me decifram isso, eu mantenho as muitas coisas que sou de uma só vez. Portugués de nome, africano de raça e terra. E de cultura ? Aí está uma boa razão para vir à Academia – espero descobrir…
Academia! Mas Academia para mim era um imaginário de paredes altas e frias, sempre inspiradas no faustoso Palácio e no mítico Jardim de Academo, com gente estranha que usa barba, por vezes até postiça e que na quietude das suas vivências conversam livros. Perdoem. Conversar livros para mim significa o alternar entre o escrever livros com lê-los.
É isso o que fazem e são, não é? Um grémio elitista e estanque, de uns poucos privilegiados, não é? Pois então, que venho eu aqui fazer ? Eu não tenho nem faço nada disso. Eu pertenço aos comuns mortais, falo de Ronaldo e Messi, gosto de sardinha com cerveja. Ah, também gosto das iguarias da terra, de badjiqui e djagatu e todos os demais pecados que os nossos mortais cometem.
Como ainda não fui parado e não vejo nenhum movimento para confirmar se sou mesmo o convidado, vou então tentar argumentar porque acho que afinal quero mesmo ser desta casa e porque não vejo infração em querer parar (vejam que é sem estacionar), neste canto da Europa para continuar a procura sobre quem de facto sou.
Pertenço a uma geração de africanos que vive uma encruzilhada entre a afirmação identitária e os processos que nos acompanham. Reclamamos sem reservas o orgulho que nossos pais não puderam ter, de ser e se dizer ou mesmo de sentir pertença daquele pedaço maior de terra entre mares no hemisfério que hoje sabemos ser o Sul, habitada por gente de várias cores mesmo que predominantemente mais escura do que de outras paragens ; e muitas linguas, algumas delas resultantes de misturas com a de povos que nos visitaram e nos dominaram antes ; e de muitos cheiros, isso não sei o porquê.
Mas a nossa encruzilhada é mesmo real e talvez paradoxal pois julgamos saber que para nos afirmarmos precisamos assumir a nossa parte mais diferente ; mas também julgamos entender que para avançar precisamos olhar para a frente. E será que nos consola saber que no início, no início de tudo, era para nós que olhavam ? Um compatriota nosso que me precede nesta casa, afirma que o problema muitas vezes é estarmos continuamente à procura do Norte, quando deviamos era procurar o rumo e ter presente que este, o rumo pode estar a Sul.
A acreditar nos dados que apontam essa mesma África como a origem da humanidade e berço das primeiras civilizações, essa mesma África que depois vai sucumbir à razia dos seus melhores specimens, seja levados à força para o trabalho, seja aqui ficados por mais esperança e agora fugindo de novo porque a casa continua a não dar nem prometer muito.
Vivemos pois uma contradição que parece impregnada e que brota de nós e da qual temos dificuldades em afastar – se assumimos não somos auténticos e por isso alienados, desenraizados, complexados. Se sacudimos nos achamos atrasados e passamos a consumir nossas proprias entranhas, de orgulho e resignação, parados no tempo porque sem queimar etapas vivemos séculos já ultrapassados, mas também no espaço pois nos desligamos dos vários pedaços de África que se foram construindo noutras latitudes.
Felizmente se anuncia uma nova África que parece emerger, aonde novos líderes, sem renegar Joseph Ki-Zerbo e a tese de ‘’Partir de África para chegar a África’’ negam que a procura identitária deva subjugugar a visão e estratégia para conquistar o moderno e sair do escuro, abraçar a vida e o progresso, tal como o homem primitivo saiu da caverna para respirar ar fresco. Libertar-se, e uma vez livre poder então reconstituir o passado e talvez a própria história.
Libertar-se em toda a plenitude na nossa existência e…:
…na nossa afirmação Identitária – porque mesmo que quisessemos, nunca deixariamos de ser africanos. Não poderiamos nem nos deixariam. Fazemos por isso má figura nos dois momentos. Quando perante o mínimo de sucesso comparativo ou relativo, questionamos logo se somos mesmo africanos ; ou quando as coisas correm mal e evocamos o nosso apego à África e às tradições ancestrais sem qualquer adequação às exigências de hoje. Somos africanos, minha gente. Mas isso não tem nada a ver com andar descalço, comer com as mãos ou acreditar em rituais de maldição e cura.
…na nossa afirmação Linguistica – temos medo de perder as nossas linguas e como a língua transporta cultura, o melhor é ficarmos mudos em relação ao que nos é estranho. Como ignorar o Inglés no mundo contemporâneo. Como resistir ao Francês na zona em que estamos inceridos. Mas como chegar a esses dois sem passar pelo Português. Temos de desenvolver o crioulo sim, mas o Português é também nossa lingua (disse o Prof. Adriano Morreira). Através dela estamos mais perto da ciência e do progresso. Alguns Presidentes de África já ousam proclamar mais de uma língua como oficial.
Isso me soa a liberdade! Mas antes mesmo que essas contradições fiquem arrumadas na nossa mente, trazem-nos ou nós nos metemos noutro problema – aqui por exemplo o acordo ortográfico. Diz-se que a sua aceitação acaretaria o domínio do brasileiro. Ai é? E os 200 milhões que trazem para a fala não ? Alguém me ajuda a explicar a minha mãe que ficou mais autentica não sabendo escrever nem ler seu nome do que se agora tivesse de escrever Victória sem o c (sei que para nomes próprios essa regra não se aplica). E mais, como discutir o Vocabulário Ortografico no seu tronco comum sem dispor do seu vocabulário nacional ? Quem é que nos convidou a esta disputa ?
…na nossa construção Económica – Acho justo o pedido ou a exigência de um Plano Marchal para África em compensação pelos prejuizos causados. Também fui adepto do Plano Omega e agora do NEPAD. Mas há muito que abandonei a ideia de ver isso simplesmente como uma exigência de contribuição da Europa e da América para o nosso desenvolvimento.
Penso que já é tempo de o transformarmos numa filosofia para uma afectação mais correcta e estratégica dos nossos recursos, ao serviço do nosso desenvolvimento. Olhemos para os nossos Orçamentos Gerais (de Estado) e comparemos as nossas despesas de soberania e gastos de protocolo ao que investimos em infra-estruturas e nas áreas sociais e, ficamos com uma ideia. Aliás, para muitos, o investimento em infra-estruturas há muito que colocado no quadro de responsabilidades da Cooperação Internacional.
…na nossa condição Social – É facto que a forma como as fronteiras foram desenhadas em África responde por muito dos nossos problemas identitários. Muitos grupos tribais e étnicos ficaram divididos e separados, obrigados a se ajustar a uma pertença de nacionalidade estranhas e muitas vezes conflituosas. O colonialismo foi sem duvida o principal responsável e o seu combate justamente mobilizou o nosso melhor. Mas há um antes e um depois pouco conhecido ou mal estudado que por conveniência ou comodismo, deixamos fora do nosso horizonte e vamos ensaiando a construção Estados sem de facto questionarmos de onde partimos. Aí sim, forçamos muitas vezes construções modernistas sem qualquer enraizamento no nosso viver, no nosso sentir , no nosso ser, na nossa cultura.
…na nossa cultura. Chegamos finalmente aonde procuravamos chegar ou talvez de donde deviamos ter partido, porque tantas vezes cruzamos esta espécie de baú para onde mandamos tudo o que não queremos ou não conseguimos definir. O que é isso afinal a cultura ? qual é a nossa cultura ? qual o horizonte temporal que nos autoriza ao uso do pronome possessivo, nosso ? a quem nos juntamos para definir essa posse? só com quem mora perto ? (os vizinhos), só com quem conhecemos e nos damos ou ja nos demos bem (os amigos), só com quem nos entendemos (falamos a mesma lingua ou pensamos quase da mesma forma) ? como é que estabelecemos estes limites ? pela vontade geral ou pela do soberano ? Mas temos mesmo de fixar limites ? (isso porque outros assim fizeram ?) e o compromisso de sermos livres, em que fica ?
Li algures que cultura é riqueza e patrimônio, objetivo e necessidade, direito e obrigação de cada indivíduo da comunidade humana. Li que cultura é o cultivo de todos os componentes da pessoa. Nós simplificamos isso em hábitos, costumes e tradições, ou o que temos de tudo isso a separar-nos de outros povos.
Também li e concordo que cultura é sobretudo educação – que não há cultura sem educação como não há educação que não produza cultura e que uma Academia deve estar comprometida em detectar as raízes mais profundas e determinantes da Cultura, elaborar e promover, difundir e alargar essa cultura, só podendo o fazer estando comprometido com a educação.
Os tempos modernos oferecem um contributo inestimável a esse desiderato na relação entre a cultura e a educação, não só por via da pressão que colocam no cidadão para a aprendizagem, como pelo campo de oportunidades que o oferece, através nomeadamente das redes sociais que nos invadem e quase nos dominam, chegando a colocar o cidadão no lugar do governante, pelo mundo que se abre e a partilha quase sem limites, que estabelece.
Mas, este mundo novo não nos oferece só vantagens e coisas boas, felizmente também nos coloca desafios e a necessidade de mantermos o alerta, sob pena de assumirmos todos estes muitos questionamentos já como respostas e nos acomodarmos numa terrivel ignorância, afundando por nossa incapacidade em gerir tantos elementos, tantos factores, tantas equações.
Diz o Prof. João Carlos Espada que “o homem do século XX perdeu a noção dos limites da decência que todos devemos respeitar se não quisermos cair na barbárie. Dá a impressão de que … ficou embriagado pelos seus próprios sucessos científicos e perdeu a capacidade de compreender conceitos tão elementares como «humanidade» ou «dignidade da pessoa humana»”.
Segue afirmando que «se instalou entre nós a ideia de que, numa democracia, não há valores impessoais ou suprapessoais: cada um escolhe os seus valores, um pouco como os seus gostos, e, obviamente, todos aprendemos que os gostos não se discutem. Diz-se então que viver numa democracia é aceitar todos os valores e reconhecer-lhes igual consideração e respeito. Proferir juízos sobre os valores dos outros seria já uma manifestação de autoritarismo que tem de ser condenada».
Segundo este ponto de vista, os valores seriam pura expressão de preferências subjetivas, não existindo, por isso, padrões ou valores impessoais ou suprapessoais. Dado que cada um teria a sua verdade, a liberdade e a tolerância seriam então produto da impossibilidade de estabelecer qualquer hierarquia entre as verdades de cada um.
Há por isso que manter a sobriedade e lucidez do pensamento e ter presente que não estamos sozinhos no mundo nem o mundo a começar. Por outro lado, é exatamente porque pode conhecer a lei moral que o homem pode ser livre. A Liberdade é não só o primeiro valor, mas a fonte e a condição dos outros valores morais, a condição para que cada individuo possa assumir a sua capacidade humana de pensar e avaliar, de escolher os seus próprios fins e criar a verdadeira riqueza material.
Duas notas para cumprir a promessa de enquadrar todos estes conceitos e processos com um país que nasceu ha já quarenta e três quase quarenta e quatro anos tendo então adotado como apelido o nome da sua capital, para se diferenciar das quatro outras terras de pretos, tendo então passado a chamar-se Guiné-Bissau.
Nessa altura, a prestigiada revista Jeune Afrique apresentava o novo país com um título muito sugestivo e que a muitos nós muito orgulhara – ‘’un petit pays, un grand peuple revolutionnaire’’. Não sei se todos mas o sentimento dominante era de enorme dignidade e respeito por associarmos isso ao facto de termos enfrentado e derrotado o colonialismo com armas na mão, por termos sido capazes de desenvolver uma luta em todos os campos de forma consistente e bem estruturada.
Assumíamos a herança do líder visionário e muito respeitado por todo o mundo. E tudo isso nos parecia suficiente para estarmos seguros que só podia dar certo, só podiamos continuar a ser um caso de sucesso e admiração. De tal forma convencidos que, em finais dos anos 70 quando os nossos companheiros de Odisseia se descobriam mergulhados em grandes convulções internas e mesmo de guerra civil (por exemplo em Angola e Moçambique) nós diziamo-nos especiais e imunes a tais rupturas.
Ninguém estaria preparado para ver mais do que aquilo que ficou escrito pelo líder, pelo que, quando aconteceu, tudo desmoronou de uma vez. Quando ruiu em 80, parece que ruiu de vez e ficou dificil encontrar pontas por onde reiniciar o rendilhado.
Se tivessemos lido e escutado melhor o lider e visionário, teríamos encontrado dois elementos sempre presentes e que estruturam o seu pensamento politico e que deveriam ter sido a nossa maior herança : a liberdade e a cultura.
A liberdade é inerente a todos os seus valores e princípios. Para ele, a libertação nacional era simultâneamente um fato de cultura e um fator cultural sendo a resistência cultural a mais efetiva forma de resistência. Segundo ele a cultura se revela como o fundamento do movimento de libertação e só podem mobilizar-se, organizar-se e lutar contra a dominação estrangeira as sociedades e grupos humanos que preservem e defendam a sua cultura.
Amilcar Cabral transporta a discussão feita acima para a nossa realidade mas incorpora uma nova dimensão, ao afirmar que não basta conhecer e repetir os rituais, habitos, costumes e tradições dos nossos antepassados. Tudo isso é muito importante mas que não seremos cultos se não acompanharmos e incorporarmos os desenvolvimentos actuais da ciência e da tecnica e tecnologia.
Ou seja, a liberdade é ou pode ser a condição primeira para a afirmação cultural, mas esta reclama também o ensino, a formação, a aprendizagem. Quem não é livre não pode ser culto, mas tampouco o é sem o saber, sem o conhecimento. Talvez por isso a sua frase lapidar, ‘’precisamos aprender, aprender na vida, aprender junto do nosso povo, aprender nos livros e na experiência dos outros. Aprender Sempre…’’.
Esquecidos destes valores que fundamentaram o princípio da unidade e luta, mergulhamos num pesadelo horrorendo em que, qual divina comédia de Dante, o purgatório parece não ter fim e cada um vaticina o cenário mais plausivel quase sempre em função do micromundo que construiu para se resguardar de todo o meio tão inóspito e tão agressivo.
Já não nos serve por isso a simples constatação do que está mal. É mais que evidente que os anos que duraram a nossa coma colectiva produziram forças que tentam a todo o custo sequestrar e ter o controlo absoluto da sociedade. E tudo farão para manter esse poder, senão mesmo desenvolver essas amarras.
Mas, não se trata de perder nenhum comboio da paz e do desenvolvimento, porque simplesmente esse comboio não existe. O figurino das locomotivas do desenvokvimento tem a ver com as nossas conciências e a nossa determinação em, tal como outros povos do mundo e tal como já fizemos no passado, lutar para sermos cultos – homens livres, cientes da sua tradição e herança, mas educados para construir uma boa vida em paz e harmonia.
Ora isso passa por respeitarmos a nós próprios, todos os dias das nossas vidas e emprestarmos um pouco de nós mesmos ao serviço da nação.
Precisamos por isso desse despertar enquanto povo e nos mobilizarmos para a luta sem nunca esquecer que o fazemos não para substitui-los no poder mas pelo nosso apego à liberdade e porque ambicionando ter uma vida digna e boa, querendo ser culta sabemos ter de passar pela libertação. Mas a luta tem de ser geral e absoluta e fazer com que a nossa aprendizagem nos ofereça ingredientes para sustentar os alicerces da nação que queremos edificar.
Isso irá exigir de todos, de quem está na terra, enquanto politico, da sociedade civil, cidadão consciente e inconformado ou outro, mas também dos que estão fora para juntos questionarmos a nossa pertença a esse esforço colectivo e darmos algum sentido e razão à nossa existência. O sentido transversal deve incluir a forma como representamos a nós próprios e ao nosso país, seja nas relações interpessoais seja nas institucionais, seja como governantes mas talvez mais como governados, seja inclusive quando ligamos às rádios simplesmente para emitir nossas opiniões.
Temos de pelo menos assumir a ambição de sermos melhores que aqueles que escolhem o caminho da sensura e do silêncio que dizendo-se autoridades, invadem a privacidade alheia e disso se regozijam e agora se preparam por exemplo para cortar as emissões da RDP e RTP, porque algumas vozes aí difundidas não lhes são simpaticas. Para esses, o caminho é sempre silenciar o povo.
Quem não se revê nessa postura, quem acredita naquela Guiné prometida e positiva, tem de se cultivar, assumir um compromisso consigo proprio e celebrar cada vitória do seu irmão e companheiro ou camarada, para juntos recolocarmos a nossa autoestima e reconhecimento aonde ja devia estar ou de donde nunca devia ter saído.
Senhoras e Senhores
Académicos, amigos e familiares
Termino onde devia certamente ter começado. Entendi no entanto que seria um mau começo tentar dissimular a alegria e o entusiasmo que me invadem ao me apresentar perante Vós na aceitação do título de académico correspondente desta prestigiosissima instituição que é a Academia Internacional da Cultura Portuguesa. Por isso deixei para o fim esta manifestação.
Sei que o protocolo assim impõem mas é também com absoluta sinceridade que exprimo gratidão pela vossa generosidade, Senhoras e Senhores académicos, em me abrirem as portas desta Casa.
Mas confesso, que de tudo o que acabei dizendo, as unicas certezas que tenho se resumem a que queria simplesmente me apresentar como Domingos Simões Pereira e dizer que venho da Guiné-Bissau. Sou um Africano mas quero aprender a ser e a viver em liberdade como um verdadeiro cidadão do mundo. Acho ser essa a função de todas as academias e, tendo sido convidado por esta, aqui me apresento.
FV/DC
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