terça-feira, 4 de julho de 2017

Suspensão da RTP e RDP na Guiné-Bissau dividem opiniões e chama atenção da ONU

Tendo como argumento a caducidade do acordo de cooperação, no sector de comunicação social, assinado em Lisboa e Bissau, viu-se assim suspendido as actividades da RTP, RDP, inicialmente também incluía a Agência Lusa, no entanto o ministro de Comunicação Social daquele país lusófono, informou que a Lusa continuaria a operar na Guiné-Bissau dado que são acordos diferentes em causa.

Governo Português reagiu através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, classificando o ato como “um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”, enquanto que o executivo guineense defende-se, tendo o Jorge Malú, ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades da Guiné-Bissau,  discordado categoricamente e reforçando a existência de uma pluralidade de órgãos de comunicação social  funcionando no país com total liberdade.

O Executivo Guineense mantém a justificação da medida, como fruto do silêncio de Portugal, no que toca a uma resposta favorável, no intuito de haver renegociação dos acordos que permitiram esses canais poderem actuar no país.

Estas emissões constituem há muito uma janela da Guiné-Bissau para o mundo; são também o lugar de encontro dos povos lusófonos onde, todos os dias, sabemos uns dos outros” pronunciou a RTP face a situação.  

 Alberto Nambeia, líder partidário do  PRS que é a segunda maior força política do país e faz parte do Governo liderado pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, pronunciou que o partido em questão não foi consultado, nem antes nem depois da decisão do Governo de suspender as emissões da RDP e RTP-África no país.   

A Guiné-Bissau tem alegadamente vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, uma situação que a ONU tem vindo a acompanhar com grande preocupação, inclusive essa situação em particular de suspensão dos canais portugueses, segundo a recente intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
FV/CL

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