Declaração de interesses:
(*) RIP Guiné-Bissau, foi um post que li hoje no Facebook, na página de um amigo, e quando fui para fazer o print screen a tecnologia levou a melhor. Actualizou a página, e lá perdi o melhor post que li nos últimos tempos.
E esta frase pequena, simples, tornou-se imortal, como que escrita na pedra. Um hino! E esta frase vem, penso eu!, a propósito do 'discurso' do presidente da República, José Mário Vaz, no encerramento da sua 'presidência aberta' (com o País parado há quase dois anos) e que teve lugar hoje, em Bissau. Obrigado ao autor da frase. Aceito o desafio!
O discurso do presidente foi a prova dos nove que faltava: mentiras, fanatismo puro. Demência total. JOMAV declarou guerra a todos, desafiou claramente a comunidade internacional e, last but not least, mandou a CEDEAO e por tabela a União Africana à merda e borrifou-se para o conselho de segurança da ONU. Com estrondo.
Pois bem. Mas eu ouvi sobretudo um presidente assustado. Simplesmente assustado. No fim da linha. E, não, isto não torna o JOMAV um homem perigoso - enfraquece-o, fá-lo descer à terra e tornar-se num comum mortal.
"Guiné-Bissau é um estado soberano e estou pronto para o que der e vier", vociferou o chefe de Estado, convocando aqueles que o apoiam sem dar a cara a "tirarem a máscara para se prepararem para a guerra. " Só visto! Quem fala assim é o presidente de um País que depende quase a cem por cento da ajuda da comunidade internacional!!! Mas a quem serve este braço de ferro entre a emparedada Guiné-Bissau e quem dá de comer aos seus ricos e reluzentes políticos?
"O governo de Umaro Sissoco não vai cair", desafiou o Presidente.
Lesmes Monteiro, do MCCI, resume, assim o discurso vago e oco do presidente José Mário Vaz:
"Somos um país soberano que pede esmola para cobrir os défices crónicos do Orçamento do Estado. Soberano com forças militares internacionais estacionadas há muito tempo no país. País soberano cujo PR solicita uma mediação sub regional da crise política interna. País soberano em que o PR viaja num avião emprestado. Soberano em que uma equipa da televisão do país vizinho faz a cobertura da presidência aberta. Soberano com uma rede telefónica privada com central no país vizinho. Soberano com um poder político que não consegue controlar o seu território. Somos soberanos até demais."
Ao que o Victor Barros reforçou: "(País) Soberano sem ser capaz de controlar nenhuma das nossas fronteiras: terrestre, marítima e aérea, (País) Soberano onde o poder do estado não vai além de 25 km da cama do sr. PR..."
Francamente, a imagem que a Guiné-Bissau, os seus políticos, têm passado para fora das suas fronteiras, é triste e mete dó. Um Estado incapacitado, completamente desfigurado, sem exemplos que empolguem o seu Povo. Um Estado tomado pelos cartéis sul-americanos da cocaína, que vegeta na mais pura ignorância, que perdeu todo o respeito. Um estado pária.
Tenho acompanhado com acentuada preocupação, a situação na Guiné-Bissau. Acompanho o que lhe passa ao perto e ao longe, enxergo o que lhe mal fazem, ocultam, tramam, sonegam, roubam. Percebo onde lhe alvejam, meço o quanto lhe cerceiam ou destroem. E não vislumbro o mais pequeno sinal, uma luz sequer de esperança.
José Mário Vaz não pode desafiar tudo e todos e ficar tudo na mesma. Não, não e não!!! AAS
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