Guiné-Bissau
é o pior país lusófono em mortalidade infantil
Situações analisadas em 186 países
A Guiné-Bissau é o pior país lusófono
na taxa de mortalidade neonatal, ocupando o sexto lugar de um índice em que o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) analisou a situação em 2016 em
186 países.
No polo oposto figura Portugal (168.ª
posição), o que equivale ao 17.º melhor índice, tabela em que o Japão continua
a ser considerado o país com menor taxa de mortalidade infantil, com 0,9 mortos
por cada mil nados vivos, o que é equivalente a uma morte por cada 1.111 nascimentos.
Entre os piores da tabela, a
Guiné-Bissau, com 38,2 mortes por cada mil nados vivos (o que equivale a uma
morte por cada 26 nascimentos) é apenas ultrapassada pelo Paquistão (45,6/mil
-1/22), República Centro Africana (42,3/mil -- 1/25), Afeganistão (40/mil --
1/25), Somália (38,8/mil -- 1/26) e Lesoto (38,5/mil -- 1/26).
O segundo pior país lusófono é a
Guiné Equatorial, que ocupa o 16.º lugar no índice, com 32,0 mortes por mil
nados vivos (1 morte em cada 31 nascimentos), à frente de Angola (19.ª
posição), Moçambique (24.ª), Timor-Leste (47.ª), São Tomé e Príncipe (69.ª),
Cabo Verde (93.ª) e Brasil (109.ª).
Angola, segundo o índice da UNICEF,
registou em 2016 29,3 mortos por cada mil nados vivos (uma morte em cada 34
nascimentos), Moçambique contou com 27,1/mil (1/37), Timor-Leste com 21,6/mil
(1/46), São Tomé e Príncipe com 15,0/mil (1/67), Cabo Verde com 10,2/mil (1/98)
e Brasil com 7,8/mil (1/128).
Virando o índice ao contrário,
Portugal surge como 17.º melhor entre os 184 países analisados em 2016, tendo
registado 2,1 mortes por cada mil nados-vivos, o que equivale a uma morte em
cada 476 nascimentos.
O índice da UNICEF revela também que,
entre os 25 países que registam a pior média, 21 são africanos e, entre estes,
quatro são lusófonos (Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Angola e Moçambique).
Paquistão, Afeganistão, Comores e Laos são os restantes quatro.
Além do Japão, apenas a Islândia
consegue atingir uma taxa igual ou inferior a uma morte por cada mil
nascimentos, com a taxa de mortalidade infantil a situar-se precisamente nesse
valor, 1/mil.
O "top 15" é ocupado pelo
Japão, Islândia, Singapura, Finlândia, Eslovénia, Estónia, Chipre, Coreia do
Sul, Noruega, Luxemburgo, Bielorrússia, Suécia, República Checa, Espanha e
Itália. Antes de Portugal, na 17.ª posição, figura Israel.
Segundo o relatório, intitulado
"Para Cada Criança, Vida", todos os anos 2,6 milhões de crianças
morrem antes de completar um mês, sobretudo nos países mais pobres do mundo,
números considerados pela UNICEF "assustadoramente elevados".
"Embora tenhamos reduzido para
mais da metade o número de mortes entre crianças abaixo dos cinco anos de idade
nos últimos 25 anos, não fizemos progressos semelhantes relativamente à redução
da mortalidade de crianças com menos de um mês", refere a diretora
executiva da UNICEF, Henrietta H. Fore, para quem a maioria das mortes podia
ser evitadas.
O relatório assinala também que oito
dos dez lugares mais perigosos para se nascer estão situados na África
subsariana, onde a probabilidade de assistência a mulheres durante o parto é
menos provável devido à pobreza, conflitos e fragilidade das instituições.
Segundo a UNICEF, as taxas de
mortalidade neonatal são estimativas com intervalos de incerteza.
Os rankings são baseados em
estimativas medianas de taxas de mortalidade neonatal (mortes de recém-nascidos
por 1.000 nados-vivos), não sendo consideradas incertezas, pelo que as posições
de classificação estão sujeitas a alterações.
Os rankings excluem países com menos
de 1.000 nados-vivos ou com uma população inferior a 90.000 pessoas.
DN/FV